sexta-feira

A minha astrologia

Tenho um hábito diário de tentativa de predestinação. Assim como alguns confiam no tarot e nas cartas de astrologia, acredito que o meu dia correrá de acordo com as primeiras canções que oiço logo de manhã no lemmingsmobile. Assim como as ciências ocultas a dificuldade é conseguir interpretar as músicas.

Colocar um X na resposta certa:

Ouço música deprimente e fico deprimido;
Ouço música deprimente quando estou deprimido;

Constatações do dia:

A felicidade não é contagiosa.
A tristeza é.
O riso é semi-contagioso.
A parvoíce é completamente contagiosa.
Mais facilmente uma música nos põe triste que feliz.
As pessoas quando vão de férias deixam-me mil coisas para fazer.
As mil coisas continuam por fazer.

O VAL das relações sentimentais

Aqui é iniciado uma nova temática cujo objectivo é relacionar conceitos económicos e a vida quotidiana. O primeiro tema versa sobre algo que faço todos os dias e sobre algo que não faço ideia quando voltarei a fazer: “O VAL das relações sentimentais”:
VAL (Valor Actual Líquido) é o conceito económico de avaliação de determinado investimento. Assim, teremos que analisar todos os benefícios e custos decorrentes das várias alternativas possíveis e avaliarmos qual tem maior valor actualizado líquido, ou por outras palavras, o que se espera que venha a gerar maior valor acrescentado.
Como qualquer pessoa pode facilmente imaginar, o valor (pensem em termos do que se pode comprar) de € 1 hoje é muito diferente do valor de € 1 daqui a 20 anos. Desta forma, devemos ter em conta uma determinada taxa para “actualizar” os proveitos líquidos, taxa de actualização, muito dependente do perfil de risco do investimento e do próprio investidor.
Portanto, os nossos ingredientes são: diferentes alternativas; cálculo dos custos e proveitos de cada uma; e taxa de actualização. Depois de misturar todos os ingredientes numa folha de Excel, faça umas análises de sensibilidade, coloque um disclaimer a dizer que não é responsável por nada e terá um belo cálculo do VAL. Sugere-se uma apresentação em powerpoint e está pronto a concorrer com qualquer banco de investimento (do Continente).
Agora que sabemos o que é uma análise VAL, qual o contributo deste conceito para o sucesso de uma relação? Assim como os projectos económicos, também as relações apresentam benefícios e custos: se por um lado temos alguém com quem ir ao cinema, jantar no dia de S. Valentim, partilhar algum chantilly ou usar as algemas que já estão esquecidas no final da gaveta, por outro temos que ir a lojas de acessórios, pelo menos uma vez por mês levarmos porrada de hormonas descontroladas, pedirmos autorização para fumar uma cigarro ou sermos interrogados pela Gestapo para saber se haviam raparigas giras no jogo de futebol semanal com os amigos. Vamos supor que de facto conseguíamos dar um valor a todos os benefícios e custos de uma relação, o mais difícil está para chegar: calcular uma taxa de actualização. A dificuldade está esta taxa varia com o tempo e com diferentes condicionantes sociais e económicas. Eis um exemplo: se com 50 anos a taxa deve ser menor do que com 30 porque o desejo sexual deve ser inferior logo poderemos satisfazer-nos com menos, com 50 anos teremos (em principio) maior rendimento disponível pelo que o leque de escolha poderia ser maior logo deveríamos poder satisfazer-nos com mais.
O grande problema é que uma relação, como qualquer outro investimento, apresenta um grau de incerteza muito grande. Finalmente, existem alguns conselhos básicos na literatura económica: não coloque todos os ovos no mesmo cesto, isto é, tenha sempre diferentes investimentos em carteira, tente entender como investimentos passados com risco semelhante se comportarem (i.e. como são hoje irmãs mais velhas ou mesmo as próprias mães do seu investimento), não acredite em investimentos infalíveis nem em conselhos de pessoas que não têm tido grande sucesso nos seus próprios investimentos.